Decidi iniciar uma nova fase do meu processo reflexivo. Para tanto, criei esse espaço com o intuito de pensar sobre o mundo atrelando assim, minha prática profissional e minha atuação como cidadã. Pretendo com isto ter um espaço meu, sem contudo, negar o diálogo de ideias com as pessoas. Almejo fornecer minha contribuição em resistência a permanente ausência de diálogo que anda permeando a sociedade brasileira. Textos serão todos de minha autoria.
sábado, 13 de junho de 2015
Um dia, muitas inconstâncias
Estava caminhando na rua quando escuto alguém me chamando
a pessoa: Juliana?
eu olho, reconheço a pessoa e já cumprimento: Oii!! tudo bem?
a pessoa em tom aliviado: ainda bem que vc tá aqui!!
eu: Falo o mesmo. Que bom que estamos aqui!!
A pessoa: eu te vi lá atras mas achei que estava vendo coisas. Comecei a pensar que parecia você, mas como vc nunca apareceu nesta hora e muito menos neste dia da semana, achei que estava vendo coisas...
Começo a me preocupar com o desequilíbrio que causei na rotina da pessoa...
eu: Tudo bem, eu estou aqui!
A pessoa: é que tomei remédio. Achei que tava vendo coisas...
Nesse momento já não sabia mais o que pensar... e era melhor mudar o rumo da prosa!
JF
quarta-feira, 3 de junho de 2015
Crônica-cômica!
Jovens são mto engraçados... Tá bom, tem seus estresses tb mas, sempre tenho as melhores tiradas...
Apareço na sala pra falar rapidamente com eles... E começa a história:
Julianaaaa
Eu: calma, Beth!
Aluna: eu não sou Beth
Eu não aguento e começo a rir... respiro e digo: eu sei, fulanaaaa! Foi uma ironia... Viu q dá ficar fugindo das aulas de Português...
Ela sorrir concordando
Eu: então povo... Vim aqui pra dizer que o rendimento de vcs tá igual pré-sal... Dizem dá pra sustentar a educação mas, ninguém vê... Resumindo: tá no submundo, horrível... Que aconteceu, hein?
Julianaaa
Eu: Diga!
Outra aluna: olha o meu sapato! ( levemente descolado)
Eu: sério? eu lá tô com cara de caridade?
Ela: aí Juliana!
Todos: aiii q fora!! Não, isto não foi um fora!!!
E eu não me aguentando mais de tanto rir digo: não foi mesmo. Ela tem q entender que agora estou como Pedagoga
Mas não foi disto q vim falar... Me dá 10 minutos... Depois deixo vcs contando os fatos...
E ao final as meninas contam que uma que levanta a bandeira que gosta de moças, beijou um rapaz da turma....
Eu: sério? Quem é?
Ela: é mentira...
Eu: sei... Como se não te conhecesse, não sabe nem mentir!! kkkkkk
E voltando a seriedade que o local exige digo: nada de beijo, seja em moça ou rapaz, dentro da escola!! Kkkkkkkkk
JF
Seu sorriso
Recebi o melhor sorriso que eu podia receber.
Sorriso dado com a alma que só quem é criança pode ofertar.
Meses difíceis enfrentamos. Monitoramento constante dos avanços e retrocessos.
Talvez ele não entenda a amplitude da sua causa e da rede de proteção que se realiza constantemente para que ele possa, finalmente, sorrir com a alma. Talvez ele não precise saber.
Para ele todo o amor que podemos ofertar.
Para os adultos, todas as ações rígidas para que nunca mais, a falta de cuidado e proteção, se realize nesse lar.
A certeza que ele, novamente, se permita a ser criança nos traz alívio, nos revigora e nos motiva a continuar.
Guardei como uma foto o momento em que entrou, parou, me sorriu e seguiu para o seu lanche.
Congelei por um segundo na certeza que o dever foi cumprido.
Fui atrás e o observei com mais cuidado. Lá estava ele cuidado, sorridente, falante, podendo, finalmente ser ele mesmo.
Me olha e novamente sorrir!
Talvez ele saiba até mais do que eu mesma, da importância do olhar nas situações. Do filtro de ação que temos que pensar apenas para ver esse sorriso estampado no rosto. Às vezes, apenas acompanho a distância o progresso das ações.
Relatórios servem para isto.
Mas algumas vezes é necessário atuar de maneira mais presente.
Formar essa rede de proteção não é fácil. É conquistar pessoas, diariamente, para que abracem a causa. Qualificá-las. Dialogar e principalmente, ouvir.
Trabalho de uma equipe que é construído diariamente na sua forma de agir e pensar esse universo que é a escola.
JF - 03/05/15