Hoje, dia 15/09/2016, fui ver o que publiquei no passado no Facebook. Para quem não conhece, o Face tem essa nova ferramenta ... enfim, ano passado publiquei um clipe do Bon Jovi da música Always com a legenda:
"Jon Bon Jovi, Bon Jovi... Me lembrou a minha adolescência e a convivência com umas amigas doidas que ficaram em porta de hotel pra tentar vê-lo... Como nunca achei graça nisto... eu esperei, na casa de uma delas, as loucas retornarem. Esperei no conforto, a recuperação dessa insanidade! Chegaram todas descabeladas, desidratadas e eufóricas. O mais engraçado: sem nem ter visto nem a sobra do Jon... e eu achando tudo aquilo louco demais para mim. Definitivamente, nunca fui normal!!! kkkkkkkk"
Hoje escrevi:
"Adorooo lembrar do que essa Banda permite... Cambada de adolescentes loucas e nerds que se reuniam para estudar... (Somos da época q nerd não tinha um perfil e também não usava camisa de super heróis...rs!) Mas, existiam as adolescentes histéricas que, se lessem no jornal que, o cara estava na cidade... Praticamente do lado de casa... Os planos mudavam... Eu sorrio até hj das loucas tão centradas q convivi!"
Enfim, lembrei que foi notícia no jornal. A internet é tão maravilhosa que nos permite encontros assim... achei a notícia! Jon era uma nota simples!
Mas o que me chamou atenção foi, na verdade, um anúncio.
Descrevo assim: Fui procurar quando foi que Bon Jovi esteve no Brasil (durante a minha adolescência, claro!). Achei em PDF o Jornal do Brasil de 26 de Outubro de 1995. Enfim, me levou para um olhar que, na época não existia em mim.
Eu com 14 anos. No ritmo escola - casa.
No Jornal do Brasil (imagem) um grande anúncio falando do primeiro Shopping da Zona Oeste: West Shopping!

Convidando o leitor, perfil JB, para conhecer. Afirmando que mudaria os hábitos de consumo de toda a Zona Oeste - ZO.
Interessante e audacioso!!!!
Fui mergulhar nas lembranças desse tempo...
Nesta época eu vivia no mundo épico de achar Padre Miguel longe e quente demais... Campo Grande então, eu nem fazia ideia de como chegava!!
Eu tinha uma amiga do colégio que morava em Padre Miguel.
Lembro que o shopping mais próximo da nossa escola era o Rio Sul (o primeiro da cidade do Rio de Janeiro) e a gente nem achava graça nenhuma em ficar passeando nele e também, nossos pais não davam dinheiro tão fácil assim. A nossa adolescência era uma tribo que não frequentava muito esses lugares! Nem dinheiro a gente tinha... mesada era coisa de Classe Média ALTA!rsrs
Classe Média baixa e a classe pobre tinham que estudar para ter futuro. Além disso a gente fingia que falava inglês como esses cantores internacionais além de escutar os roqueiros do Legião Urbana, Paralamas, Engenheiros... Mesmo não entendendo o que tanto diziam...rs! Era época também do começo da onda Funk que a gente não interagia muito, não!
Classe Média baixa e a classe pobre tinham que estudar para ter futuro. Além disso a gente fingia que falava inglês como esses cantores internacionais além de escutar os roqueiros do Legião Urbana, Paralamas, Engenheiros... Mesmo não entendendo o que tanto diziam...rs! Era época também do começo da onda Funk que a gente não interagia muito, não!
Minha amiga sentia sono na escola e eu não entendia muito bem... sabia, apenas, que tinha que acordar 4h para chegar em Botafogo, no máximo, às 8h (Não existia atraso! Voltava-se para casa).
Não falávamos dos contrastes. Das questões sociais. Não lamentávamos ou questionávamos as normas da escola: tínhamos um excelente estudo e não havía a possibilidade de perder a bolsa. Não existia repetência para bolsistas. A escola sempre muito disciplinar. Horário integral. Estudo Sexista (somente para as meninas). Currículo tradicional. Engraçado era que isto nos bastava. Não desejávamos o que não podíamos ter. Vivíamos por tensão de rendimento escolar, apenas. Prova final era aquilo, no final do ano e antes do Natal que, a gente não queria encontrar. Mas eu sempre encontrava!! Matemática é minha "amiga" desde pequenininha. rs
Mas eu sempre passava porém, antes repetia incansavelmente os exercícios, consultava a professora Tânia e até sonhava com os malditos números... sem traumas!! Vai ver eu gostava da emoção dos minutos finais...Kkkkkkkk
Quando, finalmente, o Ensino Fundamental passou, eu finalmente conheci o mundo e não entendia a "lógica" da escola pública, de cara não me adaptei com a nova tribo do Estadual. Era tudo muito confuso, barulhento e tinham os meninos na mesma sala. Difícil adaptação, mas depois eles foram se tornando uma tribo bem legal! De repente eu era a cabeçuda da turma... Enquanto que em uma eu era a mínima para outros eu era muito inteligente! Eu ria dessa coisa toda, o que me facilitou o trato com essa realidade depois de quase um ano de resistência na adaptação.
Ela foi estudar mais próximo de casa, Vila Militar, mas ainda com muito rigor do Colégio. Nessa época conseguimos a "liberdade" de visitar uma a casa da outra, sozinha, a gente ria das situações. Ela sentia muito frio em Laranjeiras e eu, muito calor em Padre Miguel. O telefone dela vivia quebrado. O ônibus demorava muitooo para ZO e eu parecia uma turista de tão vermelha que eu ficava por conta da mudança de clima. A gente ria desses contrastes em uma mesma cidade. Os pais dela sempre ficavam preocupados com a minha coloração rosada... Era sempre engraçado o excesso de zelo deles. Ainda são assim, tá? rs
Era assim. Não nos revoltávamos com a realidade a ponto de não querer mais estudar... Não conhecíamos a "rua" e nem precisávamos. Éramos cuidadas demais! Tão bem cuidadas que nem pensávamos que agiam com muita cautela para que não nos perdessemos. Os adultos tinham muitos planos grandes para a gente. Cabia apenas, a gente, não desviar nosso foco.
Gostávamos da loucura! Acredito que aprendemos a gostar e seguimos...
Se a escola não facilitava, em casa muito menos...
Todo mundo sabia o que tinha que fazer dentro da estrutura familiar.
Hoje, olhando para esse túnel do tempo, sabíamos que tínhamos que nos organizar para mudar nossas vidas. Nós éramos as responsáveis por tudo que acontecia na nossa vida. Sempre ficou subentendido que, nossos pais estão lá, apenas para amparar e direcionar as nossas escolhas. Nunca nos obrigaram e sim, deixaram claro a realidade em que vivíamos.
A escolha e a responsabilidade sempre foi nossa!
Estudar! Estudar! Estudar!
Ter e ser bons amigos!
ter planos!
Viver!
Ser feliz!
Assim, chegamos na faculdade... ela de direito eu de Pedagogia, nunca mais estudamos juntas. Mas além de todo o conhecimento ainda hoje, tenho essa minha amiga ao meu lado. A gente aprendeu a "se virar" sozinha mas, ainda assim permanecemos próximas.
Ser feliz!
Assim, chegamos na faculdade... ela de direito eu de Pedagogia, nunca mais estudamos juntas. Mas além de todo o conhecimento ainda hoje, tenho essa minha amiga ao meu lado. A gente aprendeu a "se virar" sozinha mas, ainda assim permanecemos próximas.
Ela acaba de me mandar mensagem... temos um projeto anual em comum, Festa dos Dia das Crianças! <3
Assim é a VIDA!
Continuamos amigas. Ela hoje mora no Flamengo e eu já "conheço" e moro na ZO. Ela já casou e separou. Temos nossos empregos. Já fomos muito obcecadas pelo trabalho. Ela não quer ter filho. Eu não casei mas, já não está tão rígida a possibilidade de não ter filhos e casar. Somos pessoas do nosso tempo! rs
Continuamos amigas. Ela hoje mora no Flamengo e eu já "conheço" e moro na ZO. Ela já casou e separou. Temos nossos empregos. Já fomos muito obcecadas pelo trabalho. Ela não quer ter filho. Eu não casei mas, já não está tão rígida a possibilidade de não ter filhos e casar. Somos pessoas do nosso tempo! rs
ah! e o West, nem é tão grande assim. A mudança que ele queria implementar no local sobre os hábitos de consumo... então, eu não sei como era mas eu, hoje, não entendo como AS PESSOAS amam tanto as COISAS e porque adolescentes circulam livremente nele!!
#nostálgica #felicidadedoquevivievivo #gratidão
Abraços,
JF

