sábado, 12 de novembro de 2016

Formação de uma equipe na escola

foto da internet
Os desafios que impactam na atividade do coordenador de uma unidade escolar está para além do que muitos, insistem em reduzir e acreditam que seja: apenas auxiliar o professor para que a sua prática em sala de aula seja executada plena e perfeitamente. 
Não sei bem onde disseram isto! Deve ser na linealidade da didática... rs
Porém, é na própria didática que me apoio para pensar sobre a formação do professor. Nem sempre um bom aluno, se torna um bom professor. Exatamente por compreender que ele possa ser bom de entender conceitos para ele porém, possui muita dificuldade de articular seu pensamento com o de outras pessoas. Aqui aparece latente a dificuldade do aluno quando este diz, não entendo o que o professor diz. 
Não vejo que o aluno esteja apenas criticando o professor, mas está apontando para que o mesmo desça um pouco mais no seu aporte teórico. Considero que o exercício da simplicidade está muito mais na responsabilidade daqueles que detêm o saber. Mas é, exatamente, neste hiato que não se consegue avanços. É notório que não existe hoje diálogo com o modelo de profissional da licenciatura que está chegando, mediante concurso público/contrato, nas unidades públicas de ensino.
Questiono muito os critérios avaliativos da formação destes profissionais. A educação regular está em colapso absoluto, se não dermos um basta em tudo que permeia essa arrogância acadêmica.
Fato que, não é isto que faz o professor ser um bom professor. Cada vez mais tenho certeza disto. Não devemos esquecer que este profissional antes de tudo, é um ser humano. Dotado de muitos defeitos e muitos sentimentos humanos ainda pouco resolvidos, por ele, internamente.
É este indivíduo que adentra o ambiente escolar. A temida instituição que possui regras, leis, sequência didática, planejamento, diário, documentação, supervisão, estátisticas e uma heterogeneidade de formação humana que terá, sim, que conviver, vivenciar e exercitar cotidianamente a sua capacidade de reflexão.
Durante todos esses, já sete anos de aprendizado profissional cada vez mais vejo o quanto a formação humana desses profissionais está defasada. Dando a nítida impressão que a falha do currículo das licenciaturas esbarra no trato interpessoal. Não se ensina na graduação questões de cunho da relação humana: a responsabilidade.
Considero que ninguém vive ilhado em si mesmo, embora os sujeitos insistem em deflagrar esta autonomia também dentro da escola.
É uma queda de braço sem fim. De um lado aquelas pessoas recém formadas. Jovens e descoladas mas, que pecam na reprodução daquilo que tanto gostam de criticar nos mais velhos: a rigidez.
São rígidos suficientes para não realizarem o diálogo. A reflexão. A mudança no seu saber academico. A construção do novo. O apontamento daquilo que incomoda. Elegem um suposto inimigo e partem para a guerra. Acreditam fielmente que eliminando o objeto estranho, terão sua paz garantida. Não medem esforços para executar com maestria essa missão.
Atacam ferozmente o suposto inimigo. Gritam. Chantageiam. Ameaçam. Formam grupos. Caluniam. Criam situações vexatórias. Usam das formas mais levianas para tentar alcançar o seu objetivo: eliminar essa pessoa do seu caminho.
Nisto eles mostram o quão unidos são como categoria. Sem nem ao menos entender o que seria a tal categoria. Mas, novamente, esquecem da hierarquia que permeia, principalmente, as instituições públicas.
Por fim, como toda boa estória dotada de um começo, um meio e, finalmente, um fim. Após muitas ofensas. Articulações variadas dos superiores. Um pouco da dependência arquitetada por um currículo entupido de tanta disciplina fragmentada que funciona muito mais como muitos alucinógenos, faz com que suportemos tamanha indelicadeza dessas pessoas.
Para eles, na sua ignorância, O problema é considerado tão ínfimo que acreditam fielmente que existiu uma vitória deles sobre o "inimigo". Não conseguem ver nada além do seu próprio umbigo, infelizmente.
Com tantos fatos observados e tantos absurdos presenciados e ouvidos digo que, tem alguns que superam até mesmo a minha tolerância/paciência/respeito profissional que devo ter por todos que trabalham na educação.
Essa distância de compreensão do espaço educacional público é de difícil aceitação para mim. Alguns eis que enfim, se comprometem a "mudar". Nem que seja até que o suposto inimigo entenda que foram eles quem ganharam. São levianos também para continuar com a ideia fixa que a culpa de todo o desconforto causado seja apenas do outro. Nunca deles mesmo. Pensar sobre o lugar que escolheu trabalhar, morar ou viver, pouco importa nisto tudo. Das escolhas que realizou em sua vida, tudo parece está em consonância com o fracasso no qual escolheu viver.
Nisto eles se dão as mãos brilhantemente!
Confundem relações pessoais e profissionais. Nessa grande e efervescente relação, os Infantilizados batem o pé e dizem a todo momento: os incomodados que se retirem. O processo de pouca razão na decisão complica ainda mais a compreensão do que de fato está sendo questionado. Como se tivéssemos lidando apenas com mais uma brincadeira, e não com vidas humanas.
Enfim, constroem narrativas que assegurem que sejam os outros que não estejam deixando eles "trabalharem". Dificuldade maior na relação com estas pessoas é de cunho profissional, pois os mesmos não analisam que sua capacidade profissional não está mais sendo exigida no mercado do século XXI. Novos, porém, com o diploma em mãos esquecem que a vida é uma constante renovação, principalmente, na educação.
Nesta recusa pelo novo não se permitem evoluir intelectualmente. Como implicação mais grave: matam diariamente na sala de aula o poder criativo de milhares de crianças, de jovens e de adultos. 
Formar uma equipe, hoje, é o desafio que nos alimenta mas também, nos desequilibra constantemente.
No setor público, essa prática torna-se por vezes lenta demais. Os processos em um mundo cada vez mais dinâmico não é percebido por aqueles que habitam e acreditam viver em outro tipo de exigência ou quiçá, de responsabilidade.
Diante do que tenho vivido profissionalmente ao longo destes anos de prática profissional no setor público, devo considerar que a caminhada educacional no setor público, não é e nem deva ser muito rígida. Os novos ventos apontam para que finalmente, a morosidade das coisas se finda!
Mas antes, se prepare para os  novos ataques...
A estória recomeça! rs!
Juliana Ferreira