Me vejo sendo convidada para as festas.
Percebi ao longo desses quase 35 anos de vida que a minha autonomia já conquistada, hoje, parece ser o meu próprio encarceramento.
Alguns anos que percebi a ausência da confirmação de minha parte, se levaria alguma companhia.
Quer dizer... Nunca perguntaram!
Conquistei algo extremamente absurdo na sociedade em que vivo: não ter bengala.
A certeza de poder caminhar apenas em minha companhia. De desbravar o mundo sem medo. De não esperar qualquer chantagem emocional para dizer se irei.
Para alguns isto deve ser algum tipo de atitude bem arrogante.
As pessoas contam apenas com a minha presença e ponto. Engraçado é perceber o que representa essa ausência de referência.
Talvez eu mesma não havia percebido isto como uma reação das pessoas a uma maneira muito absurda de como me coloco neste mundo cão.
Enfim, pouco delicado seria eu perceber que os demais convidados tem autorização para levar acompanhante sem nem mesmo perguntarem sobre a tal possibilidade.
Está posto, entende?
Está posto que eu aparecerei sozinha. Está posto que eu não preciso verificar a agenda de outra pessoa para assim confirmar ou não minha presença. Assim chegam ao cúmulo de exigirem até mesmo confirmação imediata.
Percebi ao longo desses quase 35 anos de vida que a minha autonomia já conquistada, hoje, parece ser o meu próprio encarceramento.
Alguns anos que percebi a ausência da confirmação de minha parte, se levaria alguma companhia.
Quer dizer... Nunca perguntaram!
Conquistei algo extremamente absurdo na sociedade em que vivo: não ter bengala.
A certeza de poder caminhar apenas em minha companhia. De desbravar o mundo sem medo. De não esperar qualquer chantagem emocional para dizer se irei.
Para alguns isto deve ser algum tipo de atitude bem arrogante.
As pessoas contam apenas com a minha presença e ponto. Engraçado é perceber o que representa essa ausência de referência.
Talvez eu mesma não havia percebido isto como uma reação das pessoas a uma maneira muito absurda de como me coloco neste mundo cão.
Enfim, pouco delicado seria eu perceber que os demais convidados tem autorização para levar acompanhante sem nem mesmo perguntarem sobre a tal possibilidade.
Está posto, entende?
Está posto que eu aparecerei sozinha. Está posto que eu não preciso verificar a agenda de outra pessoa para assim confirmar ou não minha presença. Assim chegam ao cúmulo de exigirem até mesmo confirmação imediata.
Andamos em uma engrenagem bem louca, penso eu!
Em contrapartida me cansa tamanha formalidade dessas ocasiões. Tudo muito plastificado. Ordenado demais para que eu considere que exista VIDA!
As pessoas, na prática, andam pouco modernas.
As pessoas, na prática, andam pouco modernas.
E assim...
Essas festas viram o tédio social e eu já sem muita delicadeza, não me permito nem mesmo mais a ir. O meu tempo a cada dia é mais precioso. Nem mesmo o encanto pelo aniversariante anda me motivando para esses entraves sociais.
Essas festas viram o tédio social e eu já sem muita delicadeza, não me permito nem mesmo mais a ir. O meu tempo a cada dia é mais precioso. Nem mesmo o encanto pelo aniversariante anda me motivando para esses entraves sociais.
O que antes eu percebia e fazia um esforço de ignorar hoje já cai no meu grau de intolerância.
As festas seguem um roteiro mesmo que sem interferência do cerimonialista.
Fico percebendo os machos alfas comprometidos que não possuem a certeza sobre a emoção que ainda sentem pela pessoa que está ao seu lado, dedicando seu tempo na festa a, sem nenhuma cerimônia, flertar com uma pessoa desacompanhada.
Percebo que a mulher, por sua vez, acreditando ser linda, bela e ter o seu cabide é suficiente para responder os anseios da sociedade.
Confirmo nas longas e cansativas conversas toda essa realidade robótica. Os diálogos são sempre bem variados e empolgantes, quanta hipocrisia!! Mas sei que no âmago possuem sempre os mesmos temas: filhos, casa, do tédio da relação ou a maravilha dela, a família, da falta de tempo e por que não dizer do futuro casório? Afinal já namoram há muito tempo.
O roteiro desses encontros são sempre assim!
O roteiro desses encontros são sempre assim!
Sinto falta da dança.
Dos corpos no lugar dos copos.
Do sorriso.
Dos olhares.
Das luzes da pista de dança.
Da dança a dois.
Dos trenzinhos.
Das músicas bregas de fim de festa.
Da pouca bebida que permitia as pessoas serem elas mesmas.
Do tímido que se esforçava para dançar assim impressionando a todos da pista de dança.
Da pouca bebida que permitia as pessoas serem elas mesmas.
Do tímido que se esforçava para dançar assim impressionando a todos da pista de dança.
Dos corpos se encostando.
Da sensualidade sentida em cada poro do corpo.
Com isto tudo, dizem que evoluímos.
E eu?
Tenho tédio disto tudo e assim ando ficando cada dia mais seletiva. Já considero que não posso ir a qualquer lugar, a qualquer festa, a me permitir uma conversa com qualquer pessoa, a sorrir sem que me sinta vigiada... Esse sufocamento social anda me cansando, muito!!! Já não tenho tempo e muito menos um cabide para ter que me enquadrar em tantas insanidades.
E eu?
Tenho tédio disto tudo e assim ando ficando cada dia mais seletiva. Já considero que não posso ir a qualquer lugar, a qualquer festa, a me permitir uma conversa com qualquer pessoa, a sorrir sem que me sinta vigiada... Esse sufocamento social anda me cansando, muito!!! Já não tenho tempo e muito menos um cabide para ter que me enquadrar em tantas insanidades.
Os espaços sociais e de amizades cobram novos rearranjos como forma de sobrevivência da VIDA que agoniza por um pouco de ar puro!
JF.
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