domingo, 11 de dezembro de 2016

Aos que pensam que fazem educação

Pra que os adultos em meio ao ego ferido brigam tanto para um projeto "bem feito" se ao final percebemos que o fundamental e realmente necessário o aluno não aprendeu? 
Fechamento de ano e as esquizofrenia escolares, me fazem refletir. 
A mesma pessoa que infla o peito pra vomitar toda a sua indignação por não ter aparecido o que queria ter aparecido em um projeto, é a mesma que declara que a turma não evoluiu. Isto é, vão seguir sem sabe ler, nem escrever e muito menos reconhecer os números.
Que raios o cara fez nesse lugar institucional por 4 anos? 
Como defesa: a família é isto, a família é aquilo...

Mas volto a perguntar: o que esse aluno fez indo todos os dias para esse lugar e pouco ou nada compreendendo do estar ali?
Rogo para que o Tradicional volte a existir na escola pública.
Rogo para que realmente eu encontre na minha caminhada pessoas adultas que gostem de estudar. Só assim vejo LUZ no fim do túnel.
Nossas crianças estão sofrendo com aval jurídico. Nossas crianças estão sendo retiradas do convívio familiar e colocadas em um ambiente onde não estão recebendo o que deveriam receber. Um interessante controle sobre a pobreza e tudo amparado sobre o belo discurso da obrigatoriedade. É uma onda maior do que a gente imagina, quando decide por esta caminhada.

Valores humanos são esquecidos neste lugar, cotidianamente.
Toda essa pedagogia da mentira, me cansa! 
Eita máquina pública em colapso!! Affffff

nota: publicado no Facebook em 12/12/15. Faz muito sentido no dia de hoje, no amadurecimento reflexivo que estou tendo também.
Abraços,
Juliana Ferreira 

sábado, 12 de novembro de 2016

Formação de uma equipe na escola

foto da internet
Os desafios que impactam na atividade do coordenador de uma unidade escolar está para além do que muitos, insistem em reduzir e acreditam que seja: apenas auxiliar o professor para que a sua prática em sala de aula seja executada plena e perfeitamente. 
Não sei bem onde disseram isto! Deve ser na linealidade da didática... rs
Porém, é na própria didática que me apoio para pensar sobre a formação do professor. Nem sempre um bom aluno, se torna um bom professor. Exatamente por compreender que ele possa ser bom de entender conceitos para ele porém, possui muita dificuldade de articular seu pensamento com o de outras pessoas. Aqui aparece latente a dificuldade do aluno quando este diz, não entendo o que o professor diz. 
Não vejo que o aluno esteja apenas criticando o professor, mas está apontando para que o mesmo desça um pouco mais no seu aporte teórico. Considero que o exercício da simplicidade está muito mais na responsabilidade daqueles que detêm o saber. Mas é, exatamente, neste hiato que não se consegue avanços. É notório que não existe hoje diálogo com o modelo de profissional da licenciatura que está chegando, mediante concurso público/contrato, nas unidades públicas de ensino.
Questiono muito os critérios avaliativos da formação destes profissionais. A educação regular está em colapso absoluto, se não dermos um basta em tudo que permeia essa arrogância acadêmica.
Fato que, não é isto que faz o professor ser um bom professor. Cada vez mais tenho certeza disto. Não devemos esquecer que este profissional antes de tudo, é um ser humano. Dotado de muitos defeitos e muitos sentimentos humanos ainda pouco resolvidos, por ele, internamente.
É este indivíduo que adentra o ambiente escolar. A temida instituição que possui regras, leis, sequência didática, planejamento, diário, documentação, supervisão, estátisticas e uma heterogeneidade de formação humana que terá, sim, que conviver, vivenciar e exercitar cotidianamente a sua capacidade de reflexão.
Durante todos esses, já sete anos de aprendizado profissional cada vez mais vejo o quanto a formação humana desses profissionais está defasada. Dando a nítida impressão que a falha do currículo das licenciaturas esbarra no trato interpessoal. Não se ensina na graduação questões de cunho da relação humana: a responsabilidade.
Considero que ninguém vive ilhado em si mesmo, embora os sujeitos insistem em deflagrar esta autonomia também dentro da escola.
É uma queda de braço sem fim. De um lado aquelas pessoas recém formadas. Jovens e descoladas mas, que pecam na reprodução daquilo que tanto gostam de criticar nos mais velhos: a rigidez.
São rígidos suficientes para não realizarem o diálogo. A reflexão. A mudança no seu saber academico. A construção do novo. O apontamento daquilo que incomoda. Elegem um suposto inimigo e partem para a guerra. Acreditam fielmente que eliminando o objeto estranho, terão sua paz garantida. Não medem esforços para executar com maestria essa missão.
Atacam ferozmente o suposto inimigo. Gritam. Chantageiam. Ameaçam. Formam grupos. Caluniam. Criam situações vexatórias. Usam das formas mais levianas para tentar alcançar o seu objetivo: eliminar essa pessoa do seu caminho.
Nisto eles mostram o quão unidos são como categoria. Sem nem ao menos entender o que seria a tal categoria. Mas, novamente, esquecem da hierarquia que permeia, principalmente, as instituições públicas.
Por fim, como toda boa estória dotada de um começo, um meio e, finalmente, um fim. Após muitas ofensas. Articulações variadas dos superiores. Um pouco da dependência arquitetada por um currículo entupido de tanta disciplina fragmentada que funciona muito mais como muitos alucinógenos, faz com que suportemos tamanha indelicadeza dessas pessoas.
Para eles, na sua ignorância, O problema é considerado tão ínfimo que acreditam fielmente que existiu uma vitória deles sobre o "inimigo". Não conseguem ver nada além do seu próprio umbigo, infelizmente.
Com tantos fatos observados e tantos absurdos presenciados e ouvidos digo que, tem alguns que superam até mesmo a minha tolerância/paciência/respeito profissional que devo ter por todos que trabalham na educação.
Essa distância de compreensão do espaço educacional público é de difícil aceitação para mim. Alguns eis que enfim, se comprometem a "mudar". Nem que seja até que o suposto inimigo entenda que foram eles quem ganharam. São levianos também para continuar com a ideia fixa que a culpa de todo o desconforto causado seja apenas do outro. Nunca deles mesmo. Pensar sobre o lugar que escolheu trabalhar, morar ou viver, pouco importa nisto tudo. Das escolhas que realizou em sua vida, tudo parece está em consonância com o fracasso no qual escolheu viver.
Nisto eles se dão as mãos brilhantemente!
Confundem relações pessoais e profissionais. Nessa grande e efervescente relação, os Infantilizados batem o pé e dizem a todo momento: os incomodados que se retirem. O processo de pouca razão na decisão complica ainda mais a compreensão do que de fato está sendo questionado. Como se tivéssemos lidando apenas com mais uma brincadeira, e não com vidas humanas.
Enfim, constroem narrativas que assegurem que sejam os outros que não estejam deixando eles "trabalharem". Dificuldade maior na relação com estas pessoas é de cunho profissional, pois os mesmos não analisam que sua capacidade profissional não está mais sendo exigida no mercado do século XXI. Novos, porém, com o diploma em mãos esquecem que a vida é uma constante renovação, principalmente, na educação.
Nesta recusa pelo novo não se permitem evoluir intelectualmente. Como implicação mais grave: matam diariamente na sala de aula o poder criativo de milhares de crianças, de jovens e de adultos. 
Formar uma equipe, hoje, é o desafio que nos alimenta mas também, nos desequilibra constantemente.
No setor público, essa prática torna-se por vezes lenta demais. Os processos em um mundo cada vez mais dinâmico não é percebido por aqueles que habitam e acreditam viver em outro tipo de exigência ou quiçá, de responsabilidade.
Diante do que tenho vivido profissionalmente ao longo destes anos de prática profissional no setor público, devo considerar que a caminhada educacional no setor público, não é e nem deva ser muito rígida. Os novos ventos apontam para que finalmente, a morosidade das coisas se finda!
Mas antes, se prepare para os  novos ataques...
A estória recomeça! rs!
Juliana Ferreira

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Quando digo que a adolescência é a melhor fase da vida!

Hoje, dia 15/09/2016, fui ver o que publiquei no passado no Facebook. Para quem não conhece, o Face tem essa nova ferramenta ... enfim, ano passado publiquei um clipe do Bon Jovi da música Always com a legenda:



"Jon Bon Jovi, Bon Jovi... Me lembrou a minha adolescência e a convivência com umas amigas doidas que ficaram em porta de hotel pra tentar vê-lo... Como nunca achei graça nisto... eu esperei, na casa de uma delas, as loucas retornarem. Esperei no conforto, a recuperação dessa insanidade! Chegaram todas descabeladas, desidratadas e eufóricas. O mais engraçado: sem nem ter visto nem a sobra do Jon... e eu achando tudo aquilo louco demais para mim. Definitivamente, nunca fui normal!!! kkkkkkkk"

Hoje escrevi:

"Adorooo lembrar do que essa Banda permite... Cambada de adolescentes loucas e nerds que se reuniam para estudar... (Somos da época q nerd não tinha um perfil e também não usava camisa de super heróis...rs!) Mas, existiam as adolescentes histéricas que, se lessem no jornal que, o cara estava na cidade... Praticamente do lado de casa... Os planos mudavam... Eu sorrio até hj das loucas tão centradas q convivi!"

Enfim, lembrei que foi notícia no jornal. A internet é tão maravilhosa que nos permite encontros assim... achei a notícia! Jon era uma nota simples! 


Mas o que me chamou atenção foi, na verdade, um anúncio.

Descrevo assim: Fui procurar quando foi que Bon Jovi esteve no Brasil (durante a minha adolescência, claro!). Achei em PDF o Jornal do Brasil de 26 de Outubro de 1995. Enfim, me levou para um olhar que, na época não existia em mim. 
Eu com 14 anos. No ritmo escola - casa.
No Jornal do Brasil (imagem) um grande anúncio falando do primeiro Shopping da Zona Oeste: West Shopping! 


Convidando o leitor, perfil JB, para conhecer. Afirmando que mudaria os hábitos de consumo de toda a Zona Oeste - ZO. 
Interessante e audacioso!!!! 

Fui mergulhar nas lembranças desse tempo...
Nesta época eu vivia no mundo épico de achar Padre Miguel longe e quente demais... Campo Grande então, eu nem fazia ideia de como chegava!!
Eu tinha uma amiga do colégio que morava em Padre Miguel.
Lembro que o shopping mais próximo da nossa escola era o Rio Sul (o primeiro da cidade do Rio de Janeiro) e a gente nem achava graça nenhuma em ficar passeando nele e também, nossos pais não davam dinheiro tão fácil assim. A nossa adolescência era uma tribo que não frequentava muito esses lugares! Nem dinheiro a gente tinha... mesada era coisa de Classe Média ALTA!rsrs

Classe Média baixa e a classe pobre tinham que estudar para ter futuro. Além disso a gente fingia que falava inglês como esses cantores internacionais além de escutar os roqueiros do Legião Urbana, Paralamas, Engenheiros... Mesmo não entendendo o que tanto diziam...rs! Era época também do começo da onda Funk que a gente não interagia muito, não!

Minha amiga sentia sono na escola e eu não entendia muito bem... sabia, apenas, que tinha que acordar 4h para chegar em Botafogo, no máximo, às 8h (Não existia atraso! Voltava-se para casa).


Não falávamos dos contrastes. Das questões sociais. Não lamentávamos ou questionávamos as normas da escola: tínhamos um excelente estudo e não havía a possibilidade de perder a bolsa. Não existia repetência para bolsistas. A escola sempre muito disciplinar. Horário integral. Estudo Sexista (somente para as meninas). Currículo tradicional. Engraçado era que isto nos bastava. Não desejávamos o que não podíamos ter. Vivíamos por tensão de rendimento escolar, apenas. Prova final era aquilo, no final do ano e antes do Natal que, a gente não queria encontrar. Mas eu sempre encontrava!! Matemática é minha "amiga" desde pequenininha. rs


Mas eu sempre passava porém, antes repetia incansavelmente os exercícios, consultava a professora Tânia e até sonhava com os malditos números... sem traumas!! Vai ver eu gostava da emoção dos minutos finais...Kkkkkkkk

Quando, finalmente, o Ensino Fundamental passou, eu finalmente conheci o mundo e não entendia a "lógica" da escola pública, de cara não me adaptei com a nova tribo do Estadual. Era tudo muito confuso, barulhento e tinham os meninos na mesma sala. Difícil adaptação, mas depois eles foram se tornando uma tribo bem legal! De repente eu era a cabeçuda da turma... Enquanto que em uma eu era a mínima para outros eu era muito inteligente! Eu ria dessa coisa toda, o que me facilitou o trato com essa realidade depois de quase um ano de resistência na adaptação.

Ela foi estudar mais próximo de casa, Vila Militar, mas ainda com muito rigor do Colégio. Nessa época conseguimos a "liberdade" de visitar uma a casa da outra, sozinha, a gente ria das situações. Ela sentia muito frio em Laranjeiras e eu, muito calor em Padre Miguel. O telefone dela vivia quebrado. O ônibus demorava muitooo para ZO e eu parecia uma turista de tão vermelha que eu ficava por conta da mudança de clima. A gente ria desses contrastes em uma mesma cidade. Os pais dela sempre ficavam preocupados com a minha coloração rosada... Era sempre engraçado o excesso de zelo deles. Ainda são assim, tá? rs

Era assim. Não nos revoltávamos com a realidade a ponto de não querer mais estudar... Não conhecíamos a "rua" e nem precisávamos. Éramos cuidadas demais! Tão bem cuidadas que nem pensávamos que agiam com muita cautela para que não nos perdessemos. Os adultos tinham muitos planos grandes para a gente. Cabia apenas, a gente, não desviar nosso foco.
Gostávamos da loucura! Acredito que aprendemos a gostar e seguimos...
Se a escola não facilitava, em casa muito menos... 
Todo mundo sabia o que tinha que fazer dentro da estrutura familiar. 
Hoje, olhando para esse túnel do tempo, sabíamos que tínhamos que nos organizar para mudar nossas vidas. Nós éramos as responsáveis por tudo que acontecia na nossa vida. Sempre ficou subentendido que, nossos pais estão lá, apenas para amparar e direcionar as nossas escolhas. Nunca nos obrigaram e sim, deixaram claro a realidade em que vivíamos.  
A escolha e a responsabilidade sempre foi nossa!
Estudar! Estudar! Estudar! 
Ter e ser bons amigos!
ter planos!
Viver!
Ser feliz!

Assim, chegamos na faculdade... ela de direito eu de Pedagogia, nunca mais estudamos juntas. Mas além de todo o conhecimento ainda hoje, tenho essa minha amiga ao meu lado. A gente aprendeu a "se virar" sozinha mas, ainda assim permanecemos próximas.
Ela acaba de me mandar mensagem... temos um projeto anual em comum, Festa dos Dia das Crianças! <3 
Assim é a VIDA!
Continuamos amigas. Ela hoje mora no Flamengo e eu já "conheço" e moro na ZO. Ela já casou e separou. Temos nossos empregos. Já fomos muito obcecadas pelo trabalho. Ela não quer ter filho. Eu não casei mas, já não está tão rígida a possibilidade de não ter filhos e casar. Somos pessoas do nosso tempo! rs

ah! e o West, nem é tão grande assim. A mudança que ele queria implementar no local sobre os hábitos de consumo... então, eu não sei como era mas eu, hoje, não entendo como AS PESSOAS amam tanto as COISAS e porque adolescentes circulam livremente nele!!

#nostálgica #felicidadedoquevivievivo #gratidão

Abraços,
JF

sábado, 10 de setembro de 2016

Sobre o medo humano

Sobre o medo humano.
Seres Humanos são tão esquisitos que constroem zoológicos para aqueles que não compreendem.
Prenderam os bichos em gaiolas, em ambientes frios nada confortáveis para eles, inventamos até os aquários domésticos, os bichos domésticos com pedrigee, claro! afinal os viralatas que morram de fome...hehehehe
Somos uma raça da pior especie mesmo... não conseguimos conviver entre gente da mesma raça: humana. 
Decidimos que vamos levar essa involução para frente e em nome de um turismo domesticado criar os aquários gigantes. 
Como um grande mar super bem controlado. 
Não existe o improvável! 
O novo! 
A condição de respeito a outra especie que não seja a humana. 
Quanto egoísmo!!
Eu abobomino de todas as formas esse empreendimento absurdo!
Vale ressaltar que, sei lá quantos anos, temos o tal o IBAMA. As secretarias de Meio ambiente... enfim! o Estado presente para coibir qualquer afronta e porque não? certificar e autorizar tamanho absurdos.
Nisto tudo... agora permitimos que criem versões mais modernas da barbárie humana. 
Acho justo nos escravizar entre a gente... quem quiser que se permita a essa atrocidade em nome da tal sobrevivência.
Vamos nos escravizar, nos esgotar ao estremo mas, não precisa exterminar todas as outras espécies para se sentir mais poderoso. 
Estamos em uma engrenagem absurdamente louca.
Eu fui contra e serei sempre contra zoológico e a mais moderna reprodução de cativeiro: esse tal de aquário.
Juram que recriaram perfeitamente o habitat natural.
ridículos!!
Economicamente é muito mais vantajoso as viagens que as pessoas fazem para observar de perto esses animais e locais. Quem quiser, irá até lá... quem não quiser, não. Simples assim!
Porém essa urbanização doentia não permite... 
E os emergentes irão como boi pro abate e tirarão várias selfies... tenho certeza!!
E viva o espetáculo!!
reportagem da VEJARIO, claro!rs

terça-feira, 30 de agosto de 2016

A vida segue nos desafiando a viver



De repente vamos traçando novas metas e, talvez aquilo que tanto tenhamos negado para nós mesmos tenha, finalmente, cobrado uma definição. 
Fluxo natural e vivo.
Sabe aquela parte da estrada que temos que escolher? Vire à esquerda. Vire à direita.
Nesta conjuntura de cabo de guerra entre a estrada já conhecida e a outra por desbravar, segue o rumo da única decisão já tomada: não dá mais para ficar parada.
Mas também não parece cômodo virar para o lado do já tão massivamente conhecido.
Façamos a escolha conscientemente. 
Façamos a escolha pela VIDA!
Não voltaremos, afinal a certeza do rumo muito bem definido, foi sendo amparado nas dúvidas que inquietaram e que perversamente, não me permitiram avançar para novos horizontes!
Que a VIDA seja, sempre, uma descoberta diária de nós mesmos!!

Juliana Ferreira

domingo, 15 de maio de 2016

As mudanças

De repente alguém reapareceu.
Vi pelo seu contentamento as suas lembranças de outrora.
Me olhou com admiração.
Com uma alegria para além da que eu poderia esboçar pelo reencontro.

Conversou sobre suas conquistas. Sobre suas mudanças. Sobre suas fraquezas amenizadas.

Com empolgação se referiu a mim como uma importante personagem na caminhada desse processo.

Com um mister de surpresa e contentamento disse que não merecia tamanho apreço. Lembrei que a vontade de mudar sempre foi dele, estando apenas adormecida.
Se pude contribuir para que você acreditasse mais em você, sinto-me agradecida.

Ficou apenas a gratidão pela VIDA compartilhada!

JF

sábado, 7 de maio de 2016

Um novo caminho

Me vejo sendo convidada para as festas.
Percebi ao longo desses quase 35 anos de vida que a minha autonomia já conquistada, hoje, parece ser o meu próprio encarceramento.
Alguns anos que percebi a ausência da confirmação de minha parte, se levaria alguma companhia.
Quer dizer... Nunca perguntaram!
Conquistei algo extremamente absurdo na sociedade em que vivo: não ter bengala.
A certeza de poder caminhar apenas em minha companhia. De desbravar o mundo sem medo. De não esperar qualquer chantagem emocional para dizer se irei.
Para alguns isto deve ser algum tipo de atitude bem arrogante.
As pessoas contam apenas com a minha presença e ponto. Engraçado é perceber o que representa essa ausência de referência.
Talvez eu mesma não havia percebido isto como uma reação das pessoas a uma maneira muito absurda de como me coloco neste mundo cão.
Enfim, pouco delicado seria eu perceber que os demais convidados tem autorização para levar acompanhante sem nem mesmo perguntarem sobre a tal possibilidade.
Está posto, entende?
Está posto que eu aparecerei sozinha. Está posto que eu não preciso verificar a agenda de outra pessoa para assim confirmar ou não minha presença. Assim chegam ao cúmulo de exigirem até mesmo confirmação imediata.
Andamos em uma engrenagem bem louca, penso eu!
Em contrapartida me cansa tamanha formalidade dessas ocasiões. Tudo muito plastificado. Ordenado demais para que eu considere que exista VIDA!
As pessoas, na prática, andam pouco modernas.
E assim...
Essas festas viram o tédio social e eu já sem muita delicadeza, não me permito nem mesmo mais a ir. O meu tempo a cada dia é mais precioso. Nem mesmo o encanto pelo aniversariante anda me motivando para esses entraves sociais.
O que antes eu percebia e fazia um esforço de ignorar hoje já cai no meu grau de intolerância.
As festas seguem um roteiro mesmo que sem interferência do cerimonialista.
Fico percebendo os machos alfas comprometidos que não possuem a certeza sobre a emoção que ainda sentem pela pessoa que está ao seu lado, dedicando seu tempo na festa a, sem nenhuma cerimônia, flertar com uma pessoa desacompanhada.
Percebo que a mulher, por sua vez, acreditando ser linda, bela e ter o seu cabide é suficiente para responder os anseios da sociedade.
Confirmo nas longas e cansativas conversas toda essa realidade robótica. Os diálogos são sempre bem variados e empolgantes, quanta hipocrisia!! Mas sei que no âmago possuem sempre os mesmos temas: filhos, casa, do tédio da relação ou a maravilha dela, a família, da falta de tempo e por que não dizer do futuro casório? Afinal já namoram há muito tempo.
O roteiro desses encontros são sempre assim!
Sinto falta da dança. 
Dos corpos no lugar dos copos. 
Do sorriso. 
Dos olhares. 
Das luzes da pista de dança. 
Da dança a dois. 
Dos trenzinhos. 
Das músicas bregas de fim de festa.
Da pouca bebida que permitia as pessoas serem elas mesmas.
Do tímido que se esforçava para dançar assim impressionando a todos da pista de dança. 
Dos corpos se encostando. 
Da sensualidade sentida em cada poro do corpo.
Com isto tudo, dizem que evoluímos.
E eu?
Tenho tédio disto tudo e assim ando ficando cada dia mais seletiva. Já considero que não posso ir a qualquer lugar, a qualquer festa, a me permitir uma conversa com qualquer pessoa, a sorrir sem que me sinta vigiada... Esse sufocamento social anda me cansando, muito!!! Já não tenho tempo e muito menos um cabide para ter que me enquadrar em tantas insanidades.
Os espaços sociais e de amizades cobram novos rearranjos como forma de sobrevivência da VIDA que agoniza por um pouco de ar puro!
JF.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Desvio

Ando...

Ando com o meu mundo tentando encontrar com um outro mundo, apenas.

Se possível, tentando construir um terceiro mundo. Esse construto, tem que ser melhor, é claro!

Sei lá...

As frases que escuto às vezes me inquietam... Talvez quem as disse não se tenha dado ao trabalho de filtrá-las antes de dizê-las.
Apesar...
Creio que não. São frases muito bem elaboradas. Justificando o injustificável. Um auto convencimento que não me permite opinar. Vira um monólogo. Nesse dilema, apenas ouço com atenção.
Fala-se do outro com muita propriedade. Como se a culpa da sua confusão interna fosse exclusivamente do outro. Os erros. As opiniões enfáticas. As certezas. Tudo em referência ao outro.
Desequilibram, absurdamente, aquele que supostamente gostaria de ficar.
Ouço e penso:
O MEDO não permite que avance. O medo não permite que fique.
Com isto tudo, me resta apenas a compreensão. Deve ser difícil mesmo escolher ser enganado do que se desafiar ser todo dia a sua melhor versão para si mesmo.

Quanto a tudo que disse... Eu ouvi! Mas são apenas palavras em detrimento daquilo que foi compartilhado.

Não considero que fez por mal. Me compreender, de fato, nunca é uma tarefa das mais simples, automática ou repetitiva. Não existe um manual. Afinal, eu não acredito muito nos manuais! rs
Esta minha crença vale para qualquer ser humano. Eu acredito muito mais no ser humano que construímos em comunhão. Tenho certeza, que o seu ser humano foi o melhor que podia ser comigo. O respeito norteou nossa convivência. Chega ao fim por necessidade mútua de expansão. De proporcionar aos demais aquilo que conseguimos com tamanha parceria. A felicidade não cabe em mim em observar o quão grande nos tornamos. Conquistamos aquilo que traçamos como nosso objetivo comum. Finalmente, não mais necessitamos estar juntos ao menos se assim desejarmos. É tempo do adeus.
Perceber esse momento nunca é fácil.
Perceber o impacto nas nossas escolhas, também não é. Prolonga-se por mais um  tempo. Vai ficando distante. Pouco acessível. Pouco visível. Até que desaparece...

Fato é: as frases se repetem.
Nisto já não sei com quem estou falando...

Sempre a mesma ladainha...

De um lado ele se justificando o quão diferente somos. O quão trivial são seus hábitos ou vícios. Isto tudo determinaria a impossibilidade de qualquer convivência a longo prazo. A famosa síndrome de Gabriela atinge muito mais os homens do que as mulheres, creio eu!

Como sempre... Justificando o injustificável. Ultimamente, já não questiono mais nada...

O tempo que dedicamos ao outro, não volta. Por isto procuro compreender muito bem para quem forneço o meu. Não sofro. Não me ausento. Não nego dedicação. Mas cobro. Cobro zelo em cada segundo disposto a estar ao meu lado. É cansativo, diriam os que não compreendem o tamanho envolvimento das partes neste processo.
Outros com dificuldade em ir, atravancam tudo. Podem até mesmo dificultar muito o crescimento do outro. Por medo da partida, prejudicam a todos. A hora de ir, é a decisão mais difícil. Essa, eu diria, é o drama humano.
Como ficar feliz com a partida de alguém? Como perceber que nosso encontro teve o motivo de nos tornarmos melhores? Mais evoluídos, mais humanos, mais corajosos, mais felizes, mais vaidosos, mais simples, mais sorridentes, mais fascinados pelas descobertas, mais sóbrios...

Eu diria que essa loucura toda não mais me impacta. O tempo do adeus fica mais simples quando uma conversa com tom ameno determina o término do que já foi vivido.

Sem delongas
Sem dramas Hollywoodiano
Sem lágrimas

Afinal, o sorriso e as lembranças resumem a convivência, a cumplicidade, as conquistas e o crescimento mútuo.
Para que justificar com dramas ou supostos motivos bem dramáticos o que foi belamente vivido em comunhão?

Guardaremos, tenho certeza, na memória cada dia, cada conquista, cada desafio, cada olhar, cada desejo, cada quase beijo, cada quase abraço...

Nunca foi e também nunca será.

JF.

PS: Dos contos que dois contam...rs

terça-feira, 19 de abril de 2016

Livre

Sentei na mureta de pedra
Olhei para baixo, uma altura considerável.
Olhei ao redor, ninguém próximo.
Estava sozinha.
Ao longe apenas um trabalhador que também contemplava a paisagem enquanto fazia a pausa do seu trabalho.
Calmaria.
O vento batendo.
O cheiro do mar invadindo a atmosfera...
Me permitindo sentar e contemplar essa paisagem como nunca fora feita por mim.
Como que por um impulso de me sentir desprendida de tudo...  De me permitir ser livre de tudo, sentei na mureta com os pés solto no ar.
Vontade de deixar de ser gigante apenas para poder se permitir sentir.
Queria sentir meus pés balançando no ar. O vento batendo.
O cabelo e a roupa esvoaçando.
O cheiro do mar impregnando.
Sorri!
Foram os segundos mais longos...Assim permitindo que o prazer fosse emanado em cada poro do meu corpo.
Sorri!
Mas sou interrompida por alguém..
O rapaz foi enfático em me lembrar:
Da regra.
Do NÃO.
Do receio.
Do proibido.
Do MEDO.
Do perigo.
Do uniforme.
Disse, muito seguro de alguma regra desconhecida por mim, que não podia ficar com as duas pernas para fora. Apenas uma, disse ele de maneira bem enfática!

Me restou apenas sorri, não compreendendo a tal regra. Agradeci pela preocupação.
Ele se retirou.
A mim ficou o incômodo em saber por onde ele surgiu.
Olhei entorno, novamente estava sozinha.
Neste momento, sorri por total incompreensão da situação vivida.
Da criação da regra.
Da necessidade de mesmo em um espaço livre, sermos controlados. Vigiados.
Da polidez que nos limita de viver.
Às vezes somos interrompidos tão bruscamente da possibilidade de estar com a gente mesma, que me aflige essa maneira acelerada e desumanizante de existir no mundo.
Um pouco de silêncio não faz mal a ninguém!!

JF.

sábado, 16 de abril de 2016

O crepe

Acordamos um dia e nada mais nos irrita com a força que algum dia isto tudo já teve dentro da gente...

A gente ACORDA e pelo que ando percebendo vamos acordando aqueles que convivem conosco.

Essa semana eu vi o acordar das pessoas nos detalhes...

Nos detalhes em acreditar que possuem o direito de se tornarem seres humanos melhores.

No detalhe de instintivamente dizer o que gostaria de fazer depois de encerrada a burocracia.
Digo: já estou pensando em comer um crepe depois disto tudo! Bora?
Ter a oportunidade de ouvir: nossa! Mais de 5 anos que eu não como um crepe!
Eu: sério? Minha nossa, precisamos ir! Vejo a pessoa relembrando daquilo que gostava... Vejo seu sorriso singelo e de sincero agradecimento por ter feito relembrar dos prazeres da VIDA!
No meio da burocracia a pessoa me relembra: sério que vai comer crepe?
Eu: clarooo!!
Tempo se esgotando, a burocracia sufocando... Tempo, tempo, tempo!
Respondo: não vou conseguir! Não terminei...
A pessoa: então vamos deixar para próxima semana!
A voz amiga aconselha: vai sim! Vc não tem só hoje pra fazer isto! Eu deixo vcs lá... Bora!
Esse anjo não podia ir, mas viu que deveríamos ir!
Assim a VIDA viveu nesse pequeno detalhe!!

Faça acontecer enquanto muitos adormecem!
JF